28 de dez. de 2012


Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim,
É quem eu me suponho,
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens,
Que todo rio tem.

Chegou onde hoje habito,
A casa que hoje sou,
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre,
No que me liga a mim,
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.

Fernando Pessoa

Um ano novo feliz,
cheio de amor, paz e poesia!

10 de dez. de 2012


"Le bel été"


14 de nov. de 2012


Eugénia Melo e Castro
no programa Essências.

Minha querida madrinha...que eu adoro!

4 de nov. de 2012


EFEITOS


Colocando efeitos nas minhas fotos 
e ficando louca com as possibilidades!

24 de out. de 2012


Carnaval Surreal
Fotos Annelise de Salles

15 de out. de 2012


ORHAN PAMUK




Neste feriado eu li  "A Maleta do Meu Pai",
do escritor turco Orhan Pamuk, e amei... Um
pequeno livro com três discursos dele: o primeiro,
homônimo do livro, marca o recebimento do
Prêmio Nobel em 2006, o segundo, Em Kars
e Frankfurt, a cerimônia de entrega do Friedenpreis
de 2005, e o último, O Autor Implícito, a Conferência
Puterbaugh sobre literatura mundial, em 2006.
Li um discurso por noite, são três relatos
apaixonantes, com uma visão real, intimista, simples
e emocionante do autor, falando sobre o seu processo
criativo, sua relação com o pai, os sentimentos
humanos, Ocidente/Oriente, etc...
O livro é um PRESENTE para quem gosta de escrever!
Logo que cheguei de uma viagem pela Turquia,
em julho deste ano, li "O Romancista Ingênuo e o
Sentimental" também do Orhan Pamuk onde ele
narra suas conferências realizadas em Harvard
sobre como se tornou escritor e a arte de escrever
romances, e hoje à noite, começo a ler Istambul,
meu primeiro romance dele! Foi tudo sem querer,
eu comprei estes dois primeiros livros acima porque
eram mais fininhos, e foi perfeito, foi como
ter sido preparada antes para então começar a
ler seus romances!

Trechos de "A Maleta do Meu Pai":

"...agora, esses leitores, como o próprio
autor, acabam tentando imaginar o outro; eles
também se põem no lugar de outra pessoa. E
são esses os momentos em que sentimos a
presença da humildade, da compaixão, da tolerância,
da piedade e do amor no nosso coração: porque
a grande literatura não se dirige à nossa capacidade
de julgamento, e sim à nossa capacidade de nos
colocarmos no lugar do outro."

" A história do romance é a história da libertação
humana: ao nos colocarmos no lugar do outro,
usando a nossa imaginação para nos desprender
da nossa identidade própria, podemos conquistar a
liberdade."

"Acredito que a literatura seja o tesouro mais
valioso que a humanidade acumulou em sua busca
de compreender a si mesma."

" Se estou me sentindo pessimista, posso pensar
sobre o quanto tudo aquilo me entedia. De qualquer
maneira, uma voz dentro de mim vai surgir, dizendo-me
para voltar para minha sala e me sentar diante da mesa.
Não tenho a menor idéia do que a maioria das pessoas
faz nessas circunstâncias, mas é isso que transforma as
pessoas em escritores."



Em Istambul (o livro) Orhan Pamuk mostrou
que a paisagem da capital do extinto Império
Otomano nasceu da paleta de franceses como
Gérard de Nerval e Théophile Gautier. Agora,
sem prejuízo do senso das distâncias e dos
desequilíbrios, ele reafirma a necessidade da
aproximação com a cultura do ocidente, e esse
encontro de águas é que dá feição própria às
reflexões de O Romancista Ingênuo e o
Sentimental. Como leitor de Montaigne, o autor
incorpora um "humanista cauteloso, porém
otimista", apostando que fará observações
válidas sobre a arte do romance.

As conferências realizadas na universidade
de Harvard, que compõe este livro, "são
conversas" à moda de Aspectos do Romance,
do britânico E. M. Foster, hoje um clássico dos
estudos literários que Pamuk homenageia e atualiza.
Afinal, no intervalo de pouco mais de oitenta
anos entre as conferências de Foster e as do autor
de Neve, o romance se mundializou, arregimentou
artifíces em todos os continentes e é cotidianamente
recriado em muitas línguas. Onde quer que tenha
se firmado, pode ser uma grande força democrática.

Vivendo e escrevendo em um país pobre e não
ocidental, Pamuk tem uma experiência valiosa a
relatar. Não só porque sua formação foi de
autodidata em grande medida graças a biblioteca
do pai, mas sobretudo porque, dentro de uma cultura
islâmica, Stendhal, Balzac e Flaubert sugeriam uma
maneira diferente de ser e de agir. No fundo, a questão
é a da vida literária no que hoje se convencionou
chamar de "países emergentes".  Certamente soará
familiar ao leitor brasileiro a constatação de que
as opressões políticas, paradoxalmente, não raro
impulsionam as soluções criativas. Do mesmo
modo sabemos como pode ser ambíguos os
sentimentos do escritor para com o público. Entre
paternalismo e isolamento, qual a boa medida?

O título alude ao célebre ensaio de Friedrich
Schiler, "Sobre a poesia ingênua e sentimental"
Pamuk acredita que um romance de fato
"acontece" diante de nossos olhos de criador
ou leitor quando somos ingênuos o suficiente
para aderir ao mundo ficcional e nos compadecer
dos personagens, e sentimentais (ou reflexivos)
o suficiente para não esquecer que tudo é
artifício.

Texto da orelha do livro,
"O Romancista Ingênuo e o Sentimental".




2 de out. de 2012

Roda Viva com Nuno Ramos, muito bom!

27 de set. de 2012


CLARISSE

Ontem à noite, fui procurar na minha 
estante, um livro que me fisgasse com 
suas palavras, agora que estou fazendo
 aula de redação, leio prestando a maior 
atenção no jeito que um livro é escrito... 
e a história, vem depois. Para ler o livro 
da moda, 50 Tons de Cinza, vou ter 
que  inverter meu interesse atual,
e focar bem mais na história, rsrs,
mas voltando para ontem, eu peguei  
Clarisse na Cabeceira, livro com fragmentos 
dos seus romances, que já li e ainda vou 
ler mil vezes. Como disse Hélène Cixous, 
"Clarisse não escreve em português, 
mas em lispector".  Reli o capítulo com 
trechos de "Um Sopro de Vida", seu último 
e inacabado livro, onde ela fala muito 
da "coisa", depois fiquei imaginado se 
ela tivesse escrito um romance erótico...
Teria sido a "coisa erótica" mais erótica 
já escrita na face da terra, nem virando o 
livro de ponta-cabeça, como diz uma
amiga que esta no terceiro volume do Tons,
daria para imaginar a "coisa erótica"
 da Clarisse...


"Não posso ficar olhando demais um objeto senão ele me 
deflagra. Mais misteriosa do que a alma é a matéria. 
Mais enigmática que o pensamento, é a "coisa".

A "coisa" é coisa propriamente estritamente a
"coisa". A coisa não é triste nem alegre: é coisa.
A coisa tem em si um projeto. A coisa é exata.
As coisas fazem o seguinte barulho: chpt! chpt! chpt!
Uma coisa é um ser vivente estropiado. Não há
nada mais só do que uma "coisa".

"Palavra também é coisa - coisa volátil que pego no
ar com a boca quando falo. Eu a concretizo."


Clarisse Lispector
Trechos de "Um Sopro de Vida"

18 de set. de 2012


TROPICÁLIA
www.tropicaliaofilme.com.br

Que DEMAIS, que DE-MA-IS este filme!

E a Rita... o que era a Rita nos Mutantes...
E o Caetano, que fala sentindo e tudo que ele diz você quer
anotar em um caderninho...tudo sai daquela boca como
letra, como poesia...
E o Tom Zé, meu deus e o TOM ZÉ...

Saudades daquele tempo que eu nem vivi,
que eu nem tava lá...

12 de set. de 2012


GRUPO CORPO
E as músicas...maravilhosas!



11 de set. de 2012


LISBOA


Fotos Annelise de Salles


10 de set. de 2012



GRUPO CORPO

Fui assistir pela segunda vez,
neste feriado de 7 de setembro, 
as coreografias Benguelê e Sem Mim 
do Grupo Corpo, no Teatro Municipal 
do Rio de Janeiro. Tinha visto
 no Teatro Alfa em São Paulo,
algumas semanas atrás, e agora...
 meu queixo caiu de novo! 
Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: Carlos Núnes e josé Miguel Wisnik
(sobre a obra de Martín Codax)
 
Benguelê
Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: João Bosco

Na primeira vez,  
vi de longe e gostei mais de Benguelê, 
no Rio, vi de perto e gostei mais 
de Sem Mim.


3 de set. de 2012


ROMA
2012
Para ver as fotos ampliadas 
clique em cima delas.
Fotos Annelise de Salles

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